IP clonado livra homem de prisão em caso Lady Gaga. Como isso funciona?

Suspeito de 49 anos, do Rio Grande do Sul, foi solto após ser acusado de participar de ataque durante show da Lady Gaga, no Rio de Janeiro.

No fim de semana, um dos suspeitos de planejar o ataque a bomba no show da Lady Gaga foi solto. A razão? Muito provavelmente ele foi confundido por causa de um IP (endereço de internet) clonado.

O que aconteceu

Decisão do juiz plantonista diz que suposto mentor do crime teria usado o endereço IP do homem detido provisoriamente no RS. Juiz Jaime Freitas da Silva, da Justiça do Rio Grande do Sul, atendeu a defesa do homem preso, que trabalha como vigilante e tem 49 anos. Ele era considerado o "líder do grupo".

Soltura se baseou em relatório do núcleo de inteligência do MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul), que levantou essa hipótese. "A decisão não tem condão de afastar em definitivo a responsabilização dele no atentado, inclusive porque as investigações devem ser concluídas no Rio de Janeiro", diz o juiz plantonista em sua decisão.

Questionado, o MP-RS diz que só manifestará após o fim da avaliação das provas. Ministério cita ainda que processo pode resultar ou não em oferecimento de denúncia contra o homem, que foi solto no fim de semana.

Como assim IP clonado?

IP é um endereço único que nos conecta à internet, e só ele não deve servir como prova isolada. Segundo Hiago Kin, presidente da Abraseci (Associação Brasileira de Segurança Cibernética), existem formas de cibercriminosos se "apossarem" de IPs de terceiros para cometer crimes.

Kin sugere que homem preso, muito provavelmente, nem imaginava que seu endereço estava sendo usado para crimes. O especialista explica duas possíveis falhas de segurança que levaram ao "IP clonado": o celular da pessoa detida estava sem sistemas de proteção ou que o roteador da casa dele estava vulnerável ou comprometido.

Cibercriminosos usam técnicas sofisticadas para evitarem ser pegos. Kin diz que as técnicas mais comuns nesses ataques são IP spoofing (um disfarce que realiza o acesso como IP de outro dispositivo) ou IP hijacking (quando criminosos conseguem redirecionar o tráfego de um endereço).

Operação Fake Monster

Operação foi deflagrada em 3 de maio e criminosos planejavam fazer um ataque a bomba durante o show da cantora Lady Gaga, no Rio de Janeiro. Polícia do Rio de Janeiro recebeu denúncia anônima e deteve suspeitos, que "atuavam em plataformas digitais para…

Dentre os detidos, apenas o vigilante de 49 anos foi solto. Os outros suspeitos, o que inclui adolescentes, são do Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso.



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